O acompanhamento da dinâmica do mercado imobiliário nas cidades brasileiras é algo que a princípio assusta grande parte dos que atuam nesse segmento, sejam as construtoras, imobiliárias, ou mesmo os engenheiros avaliadores que acompanham permanentemente os respectivos mercados. Por outro lado, cada vez mais torna-se essencial que se conheça suas tendências, vertentes de crescimento, aceleração e desaceleração.
Hoje a tecnologia digital possibilita que estes estudos se tornem uma realidade e que tais mudança afetam em maior ou menor grau o comportamento dos consumidores de imóveis nas cidades brasileiras.
Existe uma infinidade de possibilidades para que se possa avançar nesses estudos, contudo, a primeira questão a ser resolvida no país diz respeito a como iremos estruturar adequadamente as informações sobre o mercado imobiliário brasileiro.
De nada valera ter todas as tecnologias existentes, sem que elas forneçam soluções confiáveis e consistentes, do qual depende da sistematização e estruturação das informações inerentes ao próprio mercado imobiliário.
Outro aspecto importante é como facilitar o trabalho de quem quer comprar e de quem intermedia o negócio, tornando-se, portanto, um dos grandes desafios das novas tecnologias que vem despontando a cada ano no mercado imobiliário e disponibilizando ferramentas que contribuem para uma realidade virtual ao proporcionar facilidades e maior precisão no cenário de compra e venda de imóveis no país.
A realidade virtual nos possibilita ver imóveis de forma virtual, a hora que desejar, sem burocracia e com a facilidade de ter todas as informações à disposição.
Tais evoluções, possibilita estruturar cenários sobre a aplicação de investimentos imobiliários, seja para a compra de imóveis para casa própria ou mesmo para investimentos ao permitir identificar quais imóveis/ regiões, possuem lastros suficientes para suportar os respectivos investimentos.
Essa verificação do mercado imobiliário, através do acompanhamento do índice de preços de imóveis e de outros fatores, possibilita uma comparação no tempo da evolução dos seus ativos e rentabilidades, em substituição aos indicadores financeiros hoje adotados. Com o índice de preços dos imóveis se podem comparar o crédito com a garantia hipotecária e identificar o quanto ambos estão distantes ou próximos, mitigando os riscos da concessão, por meio da utilização e acompanhamento do índice. Além de acompanhar a sua rentabilidade para os investidores do mercado imobiliário, que podem comparar seus ativos imobiliários com os diversos ativos financeiros.
Considerando a necessidade do aprimoramento do processo referente ao mercado imobiliário, existem vários fatores estruturantes a partir de um acompanhamento sistêmico deste mercado dos quais se enumeram:
Identificação da rentabilidade dos imóveis que compõem o mercado imobiliário;
identificação de uma provável bolha imobiliária no setor;
análise da dinâmica territorial, tendo como observação os indicadores do mercado imobiliário, componentes dessas cidades;
desenho eficiente de Políticas Públicas para o setor habitacional;
estabelecimento de critérios para coletar informações sobre os preços praticados nos mercados imobiliários,
agilidade na concessão do crédito habitacional, e
outros componentes inerentes ao estudo do mercado imobiliário.
Tais fatores possibilitam reorganizar a melhor atuação frente ao mercado imobiliário, seja por meio da concessão do crédito imobiliário com verificações dos fluxos operacionais e com isso estabelecer caminhos adequados para melhorar os processos de concessão e sua mitigação nos riscos de concessão, maiores aportes financeiros aos investimentos imobiliários, entre outros.
Por fim o aprimoramento dos serviços sobre a dinâmica mercadológica dos imóveis que compões um território, diz respeito à utilização do seu resultado para os vários segmentos da sociedade e com isso possibilita:
compreensão da dinâmica dos preços dos imóveis;
a informação pode contribuir para a construção de outros índices, pois os preços dos imóveis tende a afetar o bolso do consumidor e produzir inflação que não é mensurado no Brasil. Assim como no caso da imputação do aluguel que em alguns países é utilizada como proxy do cálculo do custo da moradia e o mesmo pode ser utilizado para medir a inflação;
conhecimento sobre a evolução dos preços e auxiliar os cidadãos brasileiros na decisão da compra de moradia;
aos compradores de imóveis, melhor decisão da compra da moradia, em função das variações e do processo especulativo que acontece no referido mercado;
um indicador macroeconômico de inflação, em decorrência da correlação que os preços dos imóveis possuem com a atividade econômica;
na condução da política monetária e de metas em função da importância e do papel de índice dessa magnitude possui para a economia brasileira.
ser parâmetro como medida de riqueza, pois o preço dos imóveis compõe uma importante proxy da renda agregada na economia;
medição da exposição ao risco, por ser um indicadores que retrata a solidez do sistema financeiro e das instituições do país, e
ser um deflator para as Contas Nacionais, vez que alguns Institutos de Estatística utilizam o índice de preço de imóveis para deflacionar o valor corrente das residências novas.
Ao estudar o mercado imobiliário, traz-se para o setor o preenchimento de uma lacuna, que existe há bastante tempo, carente de estudos para acompanhar no tempo seu processo evolutivo e os impactos que o mesmo possui na economia brasileira.